Numa véspera de finados
E fiquei a meditar
Quantos sonhos sepultados
Jovens que ali estavam
E que as vidas amavam
Tinham sido assassinados
Em busca de resultados
Fiz uma reflexão
Entre túmulos que haviam
Mortes sem explicação
Juventude em sua essência
Morta pela violência
Sem a menor compaixão
Doeu no meu coração
O que eu presenciei
A quantidade de vidas
Que morreu fora da lei
Naquele momento triste
Perguntei se Deus existe
A mim mesmo interroguei
Confesso que eu chorei
Entre os túmulos visitados
Não chorei por meus avôs
Que ali estavam sepultados
Chorei pela juventude
Muitos com tanta saúde
Mas que foram executados
Vi muitos túmulos enfeitados
Fotografias recentes
De pessoas muito jovens
Lembradas por seus parentes
E como eu revoltadas
Muitas mães amarguradas
Pelos filhos não presentes
Chorei pelos meus parentes
Que jovens também morreram
Uns de morte natural
Que as doenças os venceram
Me afastei indignado
Que quem foi assassinado
Pra mim eles não morreram
(Autor Davi Calisto Neto)
Por Blog Antônio Martins em dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário